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O avanço da inteligência artificial e da Internet das Coisas (IoT) tem democratizado o acesso dos brasileiros a tecnologias que antes pareciam complexas e distantes. É a transformação digital, cada vez mais, entrando na vida das pessoas. Porém, para que o Brasil possa se beneficiar a fundo da digitalização, é importante trazer à cena outro agente fundamental na mudança: o cidadão. Para o engenheiro Henrique Fernandez, diretor da unidade de negócios de Segurança Eletrônica da Intelbras, as tecnologias que estão sendo criadas podem ser aplicadas em qualquer área da vida das pessoas. Depende apenas da vontade de cada um. “Qualquer um de nós pode começar alguma coisa e mudar a realidade”, ressalta.
Em sua palestra na Expogestão 2020, Fernandez destacou o exemplo da Estônia, país localizado ao norte da Europa, que é considerado o mais digital do mundo. Há cerca de 20 anos, a Estônia mal tinha acesso à internet. Como explicar essa rápida mudança? A resposta está no desejo dos cidadãos em exercerem sua independência (antes, pertenciam à União Soviética) e nos esforços que foram empreendidos para que isso ocorresse - de políticos, juristas, e especialistas em tecnologia. O processo já começou pelas escolas, para que as crianças aprendessem desde cedo as facilidades do mundo digital: elas passaram a ter aulas de programação. Hoje, o país é exemplo no mundo. Segundo reportagem publicada no jornal “Estadão”, dos 1,3 milhão de estonianos, 99% possuem uma espécie de RG digital, um documento com um chip que garante acesso a mais 500 serviços do governo, incluindo acesso ao sistema de saúde e ao transporte público. A grande maioria dos serviços disponibilizados pelo governo podem ser acessados online - são mais de 500 serviços gratuitos. Na prática, só precisam ir a uma instituição pública para casar, divorciar ou transferir imóvel.
De acordo com o especialista, a ação mais disruptiva que inventaram foi o e-Residency. Por meio desse programa, cidadãos do mundo inteiro podem abrir uma empresa na Estônia estando em qualquer lugar do mundo. Segundo Fernandez, o grande ensinamento da história desse país é que não adianta as empresas serem digitais e o governo não, nem o contrário. Para funcionar e alcançar uma utilidade excepcional, o país inteiro tem de ser digital. Da integração de equipamentos de casa até um sistema integrado de gestão de segurança da cidade, depende da união de esforços de todos.
A Expogestão Digital 2020 encerra nesta quinta-feira, dia 29 de outubro. A grade de palestrantes está no site www.expogestao.com.br.