Carolina Pavão: uma trajetória visionária na advocacia e no empreendedorismo
Visão "curta" e uso contínuo de telas digitais são fatores de risco para doença ocular, que já atinge 2,6 bilhões de pessoas, comenta o dr. João Artur Etz Junior, presidente da entidade. Associação disponibiliza cartilha informativa sobre saúde da visão
Enquanto o mundo ainda sente os efeitos da pandemia da Covid-19, uma outra doença que cresce ano a ano já afeta um terço da população global, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS): a miopia, um erro de refração que causa dificuldade para enxergar objetos afastados.
A evolução de casos de miopia pelo mundo nas últimas décadas assusta: em 2009, estimava-se que 1,9 bilhão de pessoas sofriam desta doença, um número que hoje é de aproximadamente 2,6 bilhões e deve chegar a 3,3 bilhões em 2030 - ou até 50% da população em 2050, segundo a OMS.
"Enquanto estamos passando pela Covid-19, vivemos também uma endemia de miopia", ressalta o dr. João Artur Etz Jr., presidente da Associação Catarinense de Oftalmologia. Outro motivo de preocupação é que a miopia está diretamente ligada aos hábitos contemporâneos de "visão de perto", com uso de telas digitais (celulares, tablets e notebooks), comenta o médico.
"Essa exposição contínua às telas causa desconforto e fadiga visual, que pode resultar em casos cada vez mais precoces de miopia. E é importante lembrar que a miopia vai piorando com a idade, obrigando os pacientes a fazer um acompanhamento regular de seu grau de deficiência e trocar óculos e lentes de contato", afirma o dr. João Artur.
Quem tem deficiência visual superior a 5 graus começa a ter um risco maior de outros problemas, como glaucoma e descolamento de retina, o que pode significar a perda definitiva da visão. Porém, há formas de conter o avanço dessa miopia, como o uso de um colírio que pode diminuir a progressão em torno de 50% a 60% dos casos dependendo da idade, do grau e de quando se inicia o tratamento.
A exposição à luz solar, associando atividades outdoor por um período de duas horas diárias também ajuda a diminuir a progressão da doença em 20% a 25%. "Por isso, é preciso fazer consultas regulares com um profissional médico, o único capaz de prescrever receitas - de medicações e de uso de lentes e óculos".
A Associação Catarinense de Oftalmologia lançou há um ano a cartilha informativa Saúde dos Olhos, distribuída para a população de Santa Catarina e entidades públicas (Vigilância Sanitária, Ministério Público, Câmaras de Vereadores, Assembleia Legislativa, entre outras) com o objetivo de informar a sociedade sobre sintomas e tratamentos de doenças, além de esclarecer alguns "mitos e verdades" sobre a saúde da visão.
Uma das principais preocupações da entidade é com o crescimento do número de consultas e de receitas oftalmológicas por profissionais não-médicos, além do desconhecimento geral sobre as principais doenças oculares e seus riscos.