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Ambientes trouxeram mensagens importantes e marcantes que ficam como resultado de uma das edições de maior visibilidade e repercussão
De reflexões sobre o morar pós-pandemia ao resgate das memórias da cultura brasileira, a CASACOR Santa Catarina, que aconteceu entre 18 de setembro e 30 de outubro no prédio histórico da Escola Silveira de Souza, em Florianópolis, deixou marcas importantes. Cada ambiente, montado de acordo com a visão do profissional sobre o tema “Infinito Particular”, contou uma história que fica como legado da mostra de arquitetura e design. A 27ª edição - a 10ª edição sob a gestão dos franqueados Francis Bernardo e Luiz Bernardo -, também marca o retorno ao formato do evento presencial e sem restrições de acesso – um momento muito simbólico para todos.
Hall + Varanda Burburinho, de Marisa Lebarbenchon
O espaço que recepcionava os visitantes destacou e valorizou – sem ofuscar - a beleza da arquitetura do prédio da Escola Silveira de Souza, repleto de memórias e tombado pelo Patrimônio Histórico. Para marcar ainda mais a cultura nacional, a profissional trouxe para o ambiente obras de arte de artistas locais relacionadas ao tema do evento.
Loft Devaneios de um jovem advogado, de Natália Xavier
A profissional conseguiu quebrar a ideia de sisudez com que é vista a profissão de advogado criando um loft elegante e descontraído para um jovem profissional da área. A mensagem implícita de poder ser quem você é, sem rótulos, foi um dos pontos altos do espaço.
Casa Vou de Rosa, de Juliana Loffi
O espaço-conceito, montado em uma casa modular, veio cheio de sentimentos de superação e destacou a importância do autocuidado para o diagnóstico precoce, do tratamento e da prevenção ao câncer de mama, doença que a profissional enfrentou por duas vezes. A campanha do Outubro Rosa foi uma das inspirações e ganhou uma pintura de flores na área externa, simbolizando o renascimento, feita pela artista Lais Odeli.
Bar Enjoy The Ride, de Tiago Bortolança
O ambiente, que simulava uma casa noturna, fez uma ode e homenagem ao retorno dos encontros coletivos no pós-pandemia, trazendo diversos espaços para os visitantes se reunirem de forma descontraída.
Chez Odara, de Marcelo Salum
Inspirado na canção Odara, de Caetano Veloso, o espaço celebrou a música popular brasileira (MPB), trazendo uma decoração com identidade fortemente nacional em tons de verde e obras originais da fotógrafa Vania Toledo, que retratavam grandes nomes como Gal Costa, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Nara Leão.
Sala de Banho Paradiso Deca, do escritório Delpizzo Arquitetura
O ambiente celebra o grande escritor Charles Dickens, trazendo para a mostra uma decoração inspirada no longa “Grandes Esperanças”, de 1985, que foi baseado no livro homônimo do artista. A ideia de introspecção como forma de resgatar o equilíbrio marcou o espaço.
Aromatmosfera, do escritório Porto Maestri
O local, que abrigou a loja de fragrâncias Mels Brushes, foi um convite à desconexão e ao relaxamento, valorizando outros sentidos. Os cheiros agradáveis dos aromas foram uma breve demonstração de formas diferentes de se conectar consigo mesmo.
Entre Tramas e Histórias, de Cristina Iglesias
O ambiente elevou os tapetes feitos à mão ao status de obras de arte, expondo-os como quadros. As peças únicas, feitas por tribos nômades, levaram um pouco da história de cada povo para a mostra, trazendo um conhecimento tão ancestral para perto dos visitantes.
Refúgio Undici Reveev, de Fernando Luiz Dal Bosco
O espaço, inspirado no tempo em que o profissional morou fora do Brasil, conseguiu juntar o antigo e o contemporâneo de forma natural e unir referências europeias e brasileiras de forma harmoniosa, mostrando um design sem fronteiras. Além disso, trouxe para a mostra a nova tendência de morar, com ambientes multifuncionais: além de quarto, tem living, escritório e até uma biblioteca.
Seperti Mimpi, de Leandro Sumar
O ambiente marcou a ideia da casa como um local que conta a história do morador, destacando a importância de uma decoração que represente quem vive no local. O loft teve forte inspiração praiana, com o tema aparecendo bem marcado em objetos como o quadro de prancha na entrada e o teto de madeira todo ondulado.
Empório Do Vinho Voar, do escritório RCK Integradas
A importância do trabalho artesanal e do aspecto social que o envolve marcou o espaço, cheio de trabalhos feitos à mão, como as mesas esculpidas em madeira cumaru, os mosaicos em mármore e as telas produzidas pela arquiteta. Um dos pontos altos, que encantou os visitantes, foi a pintura feita por 47 crianças em risco social da ONG ASAS.
Ca.Fé, de Mariana De Souza
O ambiente resgatou um dos produtos mais importantes do país, o café. O produto apareceu em vasos, mostrando aos visitantes as suas diversas fases de crescimento, como planta, semente e grão. A homenagem à bebida foi feita em um ambiente bastante sensorial, remetendo às antigas casas de vó.
Petra Bistrô by ArcelorMittal, de Felipe Müller Arquitetura e Crippa e Assis Arquitetura
O espaço mostrou que materiais considerados comuns e “brutos”, como a pedra, o ferro, o concreto, o mármore e a madeira, podem virar objetos e estruturas extraordinárias, se forem empregados de formas diferenciadas.
Lumino Galeria e Banheiros Funcionais, de GiustiMercadante Arquitetura
O espaço destacou a importância das obras de arte para compor ambientes com personalidade. Um simples corredor se transformou em uma mini galeria de arte, com a coleção de imagens “Redes”, produzida pelo renomado fotógrafo e artista Tonico Alvares.
Allora, de Gabriel Bordin
O ambiente trouxe a ideia de uma casa cíclica, que muda com o tempo e não é estática. O passado e o presente podem conviver como tempos complementares dentro da mesma habitação. É a forma mais orgânica de habitar que inspira os novos tempos.
Casa 15, de Daniel Ghizi
O ambiente é uma celebração do traço do escritório do arquiteto, que completa 15 anos de história, e a chegada oficial do escritório em Florianópolis. O espaço amplo e iluminado trouxe uma atmosfera única de paz e relaxamento, em sinergia com a natureza, com as árvores centenárias do local sendo “abraçadas” pela arquitetura do espaço.
Jardim Bem-te-vi, de Ana Trevisan
A ave típica da Mata Atlântica, que dá nome ao espaço, foi o ponto de inspiração da profissional para resgatar a história do local onde aconteceu a mostra e trazer a sensação de pertencimento aos visitantes. O jardim sensorial e convidativo passou por um processo de recuperação ecológica, com a remoção de espécies de plantas exóticas invasoras e o plantio de espécies nativas, para voltar à sua forma original.
Living Co–Existir, de Estela Cislaghi
A liberdade de viver em um espaço flexível, em sintonia com o “novo morar”, mais integrado, deu origem a um ambiente em que exterior e interior formam um único e grande corredor, separado apenas por portas de vidro que podem ser abertas e fechadas ao gosto do morador.
Casa em Percurso, da Octaedro Arquitetura
O espaço apresentou a ideia de que a transitoriedade é algo constante em nossas vidas. Por meio de um pergolado de madeira ebanizada que se estende por todo o ambiente, os profissionais marcaram a ideia de uma ligação interior/exterior feita de forma leve e fluida, quase que imperceptível, criando um refúgio de bem-estar e contemplação.
Suíte Abraço, de Mariana Maisonnave
A casa como um local de aconchego, como um grande e caloroso abraço, foi o conceito por trás do espaço. Repleto de luz natural e madeira, tons claros, trouxe uma árvore dentro de um caixote de vidro no meio do local e uma cama com cabeceira que se estende pelas laterais, como que envolvendo os moradores.
Living, de Michael Zanghelini
No espaço, o profissional trouxe a arquitetura como alquimia que promove sensações e estados no corpo. Para criar um espaço de convivência acolhedor e sensorial, ele buscou despertar e alinhar vibrações e energias por meio das cores, materiais, objetos e obras de arte usados no ambiente, todos com algum propósito.
“Eu sou daqui, eu não sou de Marte”, de GF Arquitetos
Os profissionais Beto Gebara e Marila Filártiga, e o Terraço Paisagismo, do arquiteto Rodrigo Gheller, procuraram valorizar a arquitetura brasileira e a vegetação tropical. O cobogó, um elemento tipicamente nacional, aparece em destaque no espaço, em peças feitas a partir das conchas de sururu, um molusco que é patrimônio imaterial de Alagoas.
Praça da Ilha, de Fernanda Sacks
O ambiente, criado pela profissional de Garibaldi (RS), fez uma homenagem à cidade de Florianópolis, com sua paisagem natural, clima e forma de viver. Com design orgânico e materiais em sua forma bruta, o paisagismo buscou recriar, de forma conceitual, a paisagem regional do mar, envolvido pelas montanhas de densa vegetação, trazendo para o local um espelho d’água ladeado por grandes floreiras de moreia.
Living dos Encontros, do escritório PS Arquitetos
Como o próprio nome já diz, o espaço celebra o encontro dos arquitetos Cris Passing e Anderson Schussler, que agora formam uma nova dupla no mercado catarinense. Como representação dessa união, iniciada durante a pandemia, o living foi projetado para ser harmônico, confortável e equilibrado, proporcionando bem-estar às pessoas que ali convivem.
Espaço MOVAE, do escritório Alpes Arquitetura
O nome do local, que em tupi significa “acolher”, traz a ideia de respeito ao local existente, incorporando o que já existe para criar um novo espaço. A edificação erguida em estrutura metálica para abrigar a bilheteria da mostra se encaixou entre as duas centenárias árvores de jaca, mostrando que arquitetura é sincronicidade.
Passeio Do Mar by GND, do escritório VK Arquitetos
O ambiente buscou traduzir o desejo de calmaria que tanto se busca nos dias de hoje por meio de um espaço que representa a leveza da vida na praia. Com madeira, tons claros, texturas e acabamentos naturais, o local envolvia os visitantes em uma atmosfera suave, como uma brisa do mar.
Meu Particular Infinito, de Anna Maya
A arquiteta quis marcar o espaço com o DNA do seu trabalho, fazendo um trocadilho com o tema da mostra no nome do ambiente. Simbólico e representativo, o espaço trouxe muito da personalidade da profissional, que prima por uma arquitetura imponente e, ao mesmo tempo, despojada e impactante. As formas circulares - marca que é referência nos projetos da arquiteta - pontuam diferentes soluções no espaço.
Uma Pausa de Mil Compassos, do Studio Allure
O silêncio e a contemplação marcam o ambiente inspirado na frase que dá nome ao espaço, retirado de um trecho da música “Para Ver as Meninas”, de Paulinho da Viola. O ambiente com jardim e área interna destacou os momentos de silêncio e calmaria, com espaços voltados ao descanso e ao relaxamento, como necessários e fundamentais para recarregar as energias para enfrentar a vida.